Dia 28 - Castelo da Vide, Marvão, Piodão e Hotel Serra da Estrela

Na contramão do povo que vive no hemisfério norte, a gente resolveu subir a serra e curtir um friozinho nesse fim de semana. Seguimos em direção, então, à Serra da Estrela, a maior e mais conhecida serra do país e fica rodeada por várias outras serrinhas. É lá que fica o ponto mais alto de Portugal continental (nos Açores há ainda um ponto mais alto).

Depois de umas 2 horas rodando, a primeira cidade em que paramos foi Castelo da Vide, que fica na Serra de São Mamede, ainda na região do Alentejo. É uma vilinha fofa, cheia de casinhas brancas e ruas muito estreitas. Em algumas ruelas achei que o carro ia ficar entalado e a gente ia ter que sair pelo porta-malas! A cidade tava se preparando pra uma feira medieval, tipo de festa comum por aqui nessa época, e a gente ficou cheio de vontade de estar lá pra ver aquilo.

Subimos mais um pouco e chegamos a Marvão. A muralha do castelo cerca a cidade toda tornando o lugar uma fortaleza, o que já foi extremamente útil há uns séculos atrás, já que o vilarejo fica quase na divisa com a Espanha. O pátio interno do Castelo é muito bonito e a vista espetacular. De um lado se vê Portugal e do outro você avista a Espanha. Sensacional! A gente se empolgou tanto quando chegamos na cidade, que já fomos subindo a muralha e nos esquecemos que já era hora de almoçar. Isso é muito importante por aqui, porque na maioria dos lugares, os restaurantes fecham às 15hs e aí, se você não comeu, não come mais. Fomos desesperados atrás de qualquer coisa e acabamos só lanchando uma tosta.

Partimos pra Serra de Açor, rumo a Piodão. Depois de muitas curvas, subidas e descidas, chegamos à cidade que mais parece um cenário de filme. Daqueles que retratam os tempos medievais. Como outras vilas que vimos pelo caminho, esta fica na encosta de um morro. Sua principal característica é que todas as casas são escuras, feitas de pedras finas e sobrepostas, com telhados feitos de ardósia (!) e as janelas e portas são pintadas de azul. Há apenas uma exceção a esse padrão: a Igreja Matriz, que é branquinha com detalhes em azul. Lindo, lindo! Impressionante como um lugar assim se mantém por tanto tempo. Igual. Já era final de tarde e como estávamos bem no alto, sentimos a temperatura começar a cair. Até pensamos em procurar um lugar pra dormir lá, mas não me senti à vontade com toda aquela escuridão.

Como Portugal é um país pequeno e tem lugar interessante por todo lado, a maioria das nossas viagens a gente faz pra perto de Lisboa, em esquema de "bate-e-volta". Saímos com o objetivo de visitar algumas cidades, voltamos pra dormir e no outro dia voltamos pra estrada pra conhecer outros lugares. Mas quando a gente quer se deslocar pra mais longe, a gente acaba dormindo em algum hotel mesmo e voltamos pra casa no final do domingo. Nunca reservamos hotel antes de sair da casa. É meio arriscado, mas como tem dado certo...

Pesquisamos os valores de algumas diárias em hoteis na Serra da Estrela, através do nosso guia Eyewitness Travel de Portugal (brigada, Thica!), que tem nos acompanhado e ajudado todo esse tempo. Decidimos dormir no Hotel Serra da Estrela, que fica em Penhas da Saúde. Paramos em um restaurante no meio do caminho pra jantar e, se estávamos sentindo falta de uma refeição naquele dia, foi exatamente isso que tivemos. Eu comi bitoque que traduz-se em filé de carne de porco com ovo estrelado em cima, acompanhado de fritas, e Leandro comeu uma espetada de carnes suína e bovina, também com batatas. Eu me esqueço de como eles são bons no preparo de carne de porco. Geralmente, nas cidades afastadas da costa a especialidade gastronômica é essa. E vale muito a pena experimentar!

Chegamos no Hotel (que, aliás, foi uma ótima escolha) umas 23hs, quando já faziam 11 graus lá fora. Desejosos de uma caminha quentinha, tomamos banho e caímos nela.

Um comentário: