Amor à primeira aterrissagem

Uma viagem à Escandinávia na primavera foi o que planejamos, eu e meus pais, (infelizmente meu companheiro preferido de vida e viagens não pôde ir), com o objetivo principal de conhecer a Suécia. "Mas a Dinamarca é ali do lado." "Copenhagen parece ser tão linda." Ouvia essas coisas dentro da minha cabeça. Uma passadinha de 2 dias por lá foi, então, incluída. E ainda bem que o fizemos.


Copenhagen ganhou meu coração assim que eu saí do metrô e vi o primeiro telhado aparecendo à medida que subia as escadas. Depois vi muitos pães bonitos pelas padarias no caminho. E depois, vi o dono do apartamento em que ficaríamos, sentado na calçada em frente ao prédio, sorrindo e aproveitando os raios de sol quentes que incrivelmente (naquela época do ano) ainda abençoavam a cidade.

Deixamos nossas coisas e já fomos descobrir que os belos pães também eram gostosos e que "nosso bairro" era super agradável. A 10 minutos do centro foi o lugar ideal para conseguirmos entender um pouco como a cidade funciona, perto o suficiente para passear, mas podendo abandonar a horda de turistas no fim do dia. Partimos pra uma incursão ao mercado, que é dos nossos programas preferidos. Sendo que meu pai leva essa predileção a um nível extremo e acabamos tendo que implorar pra irmos embora. Era assim quando eu era criança e é assim hoje. Mas também não dá pra reclamar muito, porque depois ele faz mágica na cozinha com aqueles ingredientes e, em qualquer lugar, nos oferece as melhores refeições do mundo.

As bicicletas e a forma como as pessoas se relacionam com aquele meio de transporte é um capítulo à parte. A variedade de tipos, as crianças de 2 anos andando nas suas próprias (sem pedais, com habilidade e equilíbrio incríveis), a velocidade com que o pessoal anda, o respeito que todos tem pela faixa exclusiva, a hora do rush. Tudo digno de ser observado e invejado. Não faz muito tempo que a bicicleta é o principal meio de transporte por lá e na época em que ruas foram fechadas à passagem de carros e pedalar passou a ser bastante incentivado, eles não acreditavam que daria certo por conta do frio e da neve em grande parte do ano. Hoje, poucos trocam suas bicicletas por outro meio. Não importa se há chuva ou neve. Há coisas bem chatas nessas escolha, mas viver nessa cidade tão linda e passar boa parte do seu tempo trancado num carro parado no trânsito é mais chato ainda. As distâncias são pequenas, como é na região central de Niterói e eu não consigo parar de pensar em como seria lindo se isso acontecesse por lá. Mesmo com calor.


Outra coisa que me chamou atenção foi a beleza das pessoas. Descobri que o ideal de beleza ensinado por Walt Disney e seus amigos é dinamarquês. Super bem vestidos, corpos em muito boa forma, pele bronzeada, cabelos arrumados e loiros. Ou não. Num lugar onde todo mundo é loiro e tem olhos claros, talvez o contrário seja o que eles querem. Muita gente fazendo exercício físico nas ruas, além de andar de bicicleta pra lá e pra cá. Achei as pessoas muito simpáticas e felizes. Já escutei (né, Helô?) que não é bem assim na maioria das vezes, mas que eles estavam muito contentes porque o sol ainda tava dando as caras por lá. Pode ser. Pra mim tá bom. Escolhemos a época ideal.

Além de passear por aquelas ruas e observar aquela gente bonita, as coisas que eu mais gostei nesse pouco tempo foram:

{Nyhaun} Esse lugar foi o que preencheu o meu imaginário sobre Copenhagen. Casinhas coloridas à margem do rio, com barcos dispostos ao longo dela e muitos restaurantes e bares. Por ali também alguns lindos exemplares da arquitetura dinamarquesa como a Ópera, o Palácio Real e a Igreja de Mármore.


{Kastellet} Uma citadela cercada por uma muralha em formato de estrela (óun) e recheada de campos verdes, moinhos e prédios lindos. Do lado de fora da muralha, na beira do rio, está minha única não- recomendação da cidade: a Pequena Sereia. Christian Andersen, o autor do conto, é dinamarquês e ali fizeram uma estátua em homenagem a uma de suas obras. O que se vê lá é uma reunião de turistas e suas máquinas imponentes em cima de uma escultura pequena e sem graça. É melhor gastar seu tempo aproveitando a quietude da citadela pra meditar. Ou vendo o desenho da Ariel, mais uma vez, quando chegar em casa pra descansar.

{Rundetårn} Subir a Torre Redonda já é interessante pois não são escadas que te levam até o topo,  mas sim uma rampa contínua, o que era ainda mais especial lá no século XVII, quando ela foi construída. Depois de andarmos pelo centro histórico, foi maravilhoso passarmos algum tempo sentadinhos só admirando as cores da cidade e o sol que se punha.

Fomos embora já querendo voltar. As moedas mais lindas que eu já vi estão guardadinhas pra quando precisarmos delas de novo. Perdemos a hora pra entrar no Castelo Rosenborg, não deu tempo de conhecer o Tivoli e não consegui encontrar Nathalia, minha amiga viking. Portanto, motivos mais que suficientes pra nos fazer programar uma nova visita. E também não foi tão triste ir embora, pois esperávamos muito pelo nosso próximo destino.